Vasco

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FERAS DA COLINA - MÁRIO TILICO

  O atacante Mário “Tilico” chegou à Seleção Brasileira, sim. Mas já não era vascaino
Mário e Edu Coimbra instruídos por Aymoré Moreira
 quando isso aconteceu. Em 1967, a então Confederação Brasileira de Desportos-CBD, antecessora da CBF, convocou 19 atletas, para disputar a Taça Rio Banco, com o Uruguai. 
Para comandar a rapaziada, recuperou o treinador Aymoré Moreira, que havia sido bicampeão na Copa do Mundo do Chile-1962 e andava abandonado pela entidade.
 Convocada a patota – incluía o zagueiro vascaíno Jorge Luís –, tempinho depois, foi preciso dispensar, por contusões, o zagueiro Scala, do Internacional, e o atacante Leivinha, da Portuguesa de Desportos. Com isso, o Biscoito – como muitos jornalistas se referiam a Aymoré – chamou o Mário, que já estava no Bangu, e Edu Coimbra – outro que vestiu a jaqueta cruzmaltina –, do América-RJ.
Mário “Tilico” não entrou em nenhuma das três partidas contra os uruguaios, pela Copa Rio Branco. Foi ter a sua chance no amistoso de 19 de setembro de 1967, no Estádio Nacional de Santiago do Chile, contra os anfitriões, vencidos, por 1 x 0, diante de 41.739 pagantes, com gol marcado por Roberto Miranda, do Botafogo. O time, à base do Botafogo, foi dirigido por Mário Jorge Lobo Zagallo e teve: Manga; Moreira, Zé Carlos, Sebastião Leônidas e Paulo Henrique (Fla); Denílson (Flu) e Gérson; Paulo Borges (Bang), Mário “Tilico”, Roberto e Paulo Cesar “Caju” (Rinaldo (Flu).                
Veja nas fotos reproduzidas da Revista do Esporte o técnico Aymoré Moreira instruindo, durante um treino,  Mário e  Edu. Na  equipe formada, usando a camisa azul,  vemos, em pé, da esquerda para a direita: Everaldo. Jorge Luís,Félix, Roberto Dias, Clóvis, Jurandir e Sadi; agachados, na mesma ordem: Nocaute Jack (massagista) Mário, Alcindo, Ivair, Paes, Volmir, Edu e Mário Américo (massagista).  O “Kike” não descobriu de que amistoso, ou jogo-treino, foi a fotografia, batida no Maracanã. Vamos perguntar ao nosso consultor Mauro Prais.          
Amaro Gomes da Costa é o verdadeiro nome de Mário “Tilico”, nascido, em 30 de abril de 1942, na pernambucana Recife.  Ele chegou ao Vasco, em 1963, e ficou até 1965. Contratado junto à Portuguesa de Desportos, apresentou-se ao treinador Jorge Vieira, quando a equipe excursionava ao México, em janeiro daquele 63.  Marcou o seu primeiro gol em 10 de fevereiro, contra El Salvador, amistosamente, durante o giro. Oficialmente, só estreou em 21 de setembro, em Vasco 1 x 1 Bangu, no Maracanã, pelo Campeonato Carioca.  Entrou no time pela ponta-esquerda, formando este ataque: Maurinho, Maranhão, Altamiro, Lorico e Mario – na defesa, Ita; Joel, Brito e Dario; Écio e Barbosinha. Já o primeiro gol vascaíno de Mário saiu diante do maior rival, o Flamengo, em 15 de novembro de 1963 – marcou, ainda, contra o Botafogo e o Bangu  Em 10 de novembro, em Vasco 4 x 1 Madureira, passou para o meio, formando dupla com Célio, ocupando a vaga que era de Saulzinho.
À “Revista do Esporte” Nº 228, de 20 de julho de 1963, Mário contou que deveria ter chegado à São Januário desde 1960, quando havia preparado uma fuga, acompanhando o companheiro Vevé (Everaldo Lopes), não realizando seu  intento porque o parceiro bateu com a língua nos dentes. “Alguns jornais de Recife publicaram e os meus pais descobriram”, revelou.
Mário foi cria do Santa Cruz, a partir dos seus 12 anos de idade. Em 1955, já era juvenil. Em 1956, o treinador Ricardo Diez o lançou no time principal, como ponta-direita. Cinco meses depois, passou para a esquerda. Em 1962, o treinador Oto Glória pediu a sua contratação e a Portuguesa de Desportos pagou Cr$ 3 milhões para levá-lo. No entanto, um pernambucano acostumado com muito calor não se deu bem no clima frio de São Paulo. No dia 5 de janeiro de 1963, o Vasco ofereceu Cr$ 5 milhões e ele foi-se apresentar ao treinador Jorge Vieira, durante uma excursão ao México.         
 Mario teve um filho, Mário de Oliveira Costa, que herdou-lhe o apelido. Cria das divisões de base de São Januário, chegou a jogar pelo time A, em 1985. Negociado com o São Paulo, destacou-se como uma dos grandes atacantes brasileiros oitentistas.


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