Vasco

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O NADA AMIGO WASHINGTON LUIS

   Os governos brasileiros já elegeram vários grandes inimigos, como Antônio Conselheiro, Virgulino Ferreira, o Lampião, Luís Carlos Prestes, Carlos Marighella e muitos outros. E quem seria um homem de governo, inimigo público? Levando-se em consideração que a torcida do Club de Regatas Vasco da Gama é uma das cinco maiores do Brasil, logo tem grande representante do povão. E o seu grande inimigo histórico seria o presidente da república Washington Luís.
Na longínqua década-192, quando a "Turma da Colina" construía o seu estádio, que seria o maior estádio de futebol da América do Sul, o presidente da república, Washington Luís, negou aos vascaínos a importação de cimento europeu, o melhor do planeta, na época. Mas tinha concedido tal importação ao Jockei Club do Rio de Janeiro. O castigo viria a cavalo.
Sem ressentimentos, o Vasco convidou o "negante presidente" para a inauguração de sua casa, em 21 de abril de 1927. Três anos depois, ele foi apeado do poder, pelo gaúcho Getúlio Vargas, que saiu dos pampas para amarrar os seus cavalos em um obelisco do centro da Cidade Maravilhosa. Washington Luís passou de 1930 a 1945 exilado no exterior, dizendo que só voltaria ao Brasil quando Getúlio caísse. Cumpriu a promessa, chegou e enclausurou-se entre os familiares. Negava-se a falar à imprensas.
O presidente Washington Luís sacaneou o Vasco
Não fazer declarações era um direito do ex-presidente deposto Washington Luís. No entanto, um dia, ele caiu em uma armadilha da revista "O Cruzeiro", em um dois maiores dribles do jornalismo brasileiro. Em 3 de outubro de 1954, o eleitorado iria as urnas. À cata de apoios, três candidatos ao governo do Estado de São Paulo o procuraram, mas ele negou-se a tomar partido, alegando que o final da sua vida pública se dera na derrubada de 24 anos passados.
Para conhecer a nova opinião política do último presidente da Velha República, em 26 de outubro (nasceu em 1969), quando celebrava o seu aniversario, no Grande Hotel do Gurujá-SP, a revista carioca infiltrou no recinto um garoto, de 18 anos, iniciando-se na profissão, Jorge Ferreira, e o fotógrafo Henri Ballot, passando-se por alguém chamado pelos familiares para registrar os festejos. Jorge Ferreira colou nos amigos que cercavam Washington Luís e anotou tudo o que ele falou, com: "Jânio (Quadros) ainda não revelou a sua capacidade administrativa.... não concluiu o mandato (de prefeito), como aliás, não cumpriu, até o fim, o de vereador e de deputado". Também, defendeu, pela matéria publicada em "O Cruzeiro" de18 de dezembro de 1954, que São Paulo não poderia ficar sem candidato ao pleito presidencial de 1955, por achar que "governar ao Brasil sem São Paulo é o mesmo que remar não seco". E não acreditava em mais um golpe político no país, o eu se dera em março de 1964a, sete anos após ele não fazer mais parte deste mundo.
O governo Washington Luís, que encerrou a Segunda República, foi marcado pela crise econômica mundial de 1929 e pela sua traição à politica do "café com leite", que fazia paulistas e mineiros se alternarem na presidência da república. Logo, depois do Vasco, os correligionários mineiros também foram passados para trás. Representante dos cafeicultores paulistas, ele negou a conceder empréstimos aos fazendeiros que precisavam enfrentar os prejuízos provocados pela quebra da Bolsa de Valores de Nova York. para as eleições presidenciais de 1930, descumpriu o acordo de indicar um candidato mineiro, indicando o governador paulista Júlio Prestes à sua sucessão. Traído, o partido Republicano Mineiro formou a Aliança Liberal, com o apoio de outros estados. Júlio Prestes foi eleito, mas não levou. Getúlio Vargas estava chegando de São Borja para, depois de algum tempo residindo no Rio de Janeiro, aderir à torcida do Vasco da Gama.

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