Vasco

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quinta-feira, 24 de maio de 2012

HISTÓRIA DA HISTÓRIA - TIM CONTA-70

                                                           DIREÇÃO DE ELBA
 Chamado pelo cartolão João Silva, para fazer o Vasco da Gama voltar a carregar um caneco do Estadual, o que estava longe da Colina, há 12 temporadas, o treinador Elba de Pádua Lima, o Tim, encarou o desafio e levou a rapaziada à quebra do jejum.
 Como conseguiu, com um time que não era favorito em nenhuma pesquisa? Ele contou isso à “Revista do Esporte” – N 582, de 09.10.1970.
 Tim começou frisando que o trabalho passou, primeiramente, pelas “noites mal dormidas”, pensando na armação do time. E atribuiu grande parte do sucesso à formação de uma comissão técnica, pela filosofia que levaras a Seleção Brasileira ao tri-70, no México. Destrinchou: “Um departamento não interferia nas atribuições do outro”.
 Nesse ponto, enquanto ele cuidava da parte técnica, Raul Carlesso e Hélio Vigio se tomavam conta do lado físico dos atletas, enquanto José Bonetti  supervisionava todos os setores do futebol vascaíno - Bonetti concedeu entrevista, ainda inédita,  ao “Kike”, contando tudo sobre o seu trabalho. Aguarde.
José Bonetti reproduzido de
 www.facebook.com
 Tim afirmou ter gostado muito da proposta vascaína de formação de comissão técnica, quando todos imaginavam que iria execra-la. “O meu problema era armar o time dentro de campo, colocar os botões nos lugares certo. O restante o Bonetti tomava conta”, explicou, elogiando muito o colega de trabalho e ressaltando: “Graças à sua eficiência, não tivemos problemas que interferissem no plano feito par a campanha”.
 O médico Arnaldo Santiago, também, foi exaltado por Tim: “Ele só me entregava os jogadores em condições de correr os 90 minutos, sem nada sentir”. 
 Sem querer destacar nenhum pupilo, levando em conta as limitações de cada um, Tim não escapou de reconhecer que o atacante Silva (Walter Machado) e o goleiro argentino Andrade (Edgard Norberto) e o apoiador e capitão Bougleaux  “foram um capítulo à parte”. Vira a experiência deles, no apoio aos mais novos, sendo “detalhes de grande importância” para o que chamou de “resultado tão auspicioso”.
 Na opinião de Tim, nenhum time consegue vencer sem talento, bom preparo físico e astúcia. E isso ele afirmou ter sido mostrado pela sua rapaziada. 
Da sua parte, revelou um detalhe astucioso: analisou o veneno do adversário e preparou o antídoto. Isto é, como revelou, sua rapaziada saía jogando, sempre, no esquema  4-3-3, procurando confundir o rival com variações táticas.
 Bougleaux  reproduzido da revista "O Cruzeiro"
 Com tal artimanha, Tim contou liberar os laterais para atacarem, alternadamente. Já os zagueiros de área eram fixos, só se adiantando quando o meio-de-campo avançava. 
Assim, Renê podia sair da área.  Quando o time estava sendo atacado, o apoiador Alcir (Portela) marcava e um zagueiro de área ficava na sobra. Silva (autor de 10 gols)  e Buglê (4) armavam as jogadas, com a ajuda de Jaílson (1). Gílson Nunes (3) ajudava ao lateral-esquerdo Eberval e também atacava. Por fim, Valfrido (5 tentos) era o encarregado de “matar”, contando muito com a “assessoria” de Silva, o apelidado “Batuta”, “peça fundamental da equipe”, como Tim o considerou.
 O Vasco de Tim, presidido por Agathyrno  da Silva Gomes, foi campeão carioca-1970 vencendo 13 de 18 partidas – empatou três e escorregou em duas. 
O time-base teve: Adrada; Fidélis, Moacir, Renê e Eberval (Batista); Alcir e Buglê; Luiz Carlos Lemos, Silva, Valfrido e Gílson Nunes. 
Além dos balançadores de rede citados acima, contribuíram, ainda, para o total de 30 gols – 14 sofridos -, Alcir e Luiz Carlos (2) e  Ademir e Fidélis (1).                         



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