Vasco

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

AS GLORIOSAS ORDENS DA COLINA

Lembra-se do poster do time vascaíno “SuperSuperCampeão” carioca de 1958? Daquela cruz na faixa? É da Ordem de Cristo, uma das três condecorações que chegaram ao Brasil – as de Santiago e de São Bento de Avis foram as outras duas –, provenientes das ordens de cavalaria surgidas na Palestina e na península ibérica, entre os séculos 11 e 12. O Vasco, então, usou o símbolo da mais antiga condecoração brasileira, vigorante por todo o nosso período monárquico e abolida pela república.
A Ordem de Cristo foi uma tentativa do rei português Don Dinis, de reviver em suas conquistas marítimas, as glórias templárias nas lutas contra os mouros da época das cruzadas. Para isso, o Papa João 22 assinou, em Avinhão, uma bula autorizatória, em 14 de março de 1319. Coincidentemente, o 14 é uma data de grandes vitórias do Club de Regatas Vasco da Gama, como veremos ao final deste texto.
Pois bem! Na faixa diagonal da camisa vascaína você vê uma cruz vermelha, aberta em branco. Confere? Esta mesma cruz cunhou as o anverso das moedas e as armas do Brasil imperial. Na medalha condecorativa, em Portugal, a fita era vermelha, como fora a Ordem dos Templários, enquanto, por aqui, adicionou-se um bordo azul.
Reformada, em Portugal, por Don Pedro, em 1356, a Ordem Militar de Cristo foi confirmada no Brasil em 1627, secularizada pelo decreto Nº 321, de 9 de setembro de 1843. Nos 9 de setembro, saiba, também, o que o Vasco fez. Lá no final, combinado? Depois, vieram aos decretos regulativos – 4.144, de 5 abril de 1868, e 4.203, de 13 de junho do mesmo ano.
Até Portugal e Ordem de Cristo se juntarem, no século 14, muitas aventuras rolaram. Por exemplo, em 1682, na França, os intrépidos Duque de Grammont, o marquês de Rizan, o conde de Vallarda e o cavaleiro Tilladet se uniram a outros fidalgos, entre eles o duque de Vermandois, para restaurarem a Ordem dos Templários, com Cristo na jogada. No entanto, quando o rei Luis 14 soube do que acontecia em seu terreiro, mandou aplicar uma surra em Vermandois e baniu de sua corte todos os demais ousados da pretensa Ordem de Cristo dos Templários. Mas não adiantou.
Em 1715, o regente da França, o duque de Orleans (Luís 15 era de menor) entrou no jogo da revivência templária. Fazendo de contas ter uma Ordem de Cristo na França, enviou dois representantes a Lisboa, para negociar uma tabelinha com a ordem revivida por Don Dinis. Só que Portugal agora era reinado por Don João quinto, que não topou a parada e mandou sumirem com os emissários do duque, um dos quais escapou.
A Ordem de Cristo da França teve de arrumar um nome esquisito, para manter-se como sociedade secreta, até 1789. Mas a revolução francesa já estava lá na esquina esperando pão ela. Exatamente!





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