Vasco

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segunda-feira, 4 de março de 2013

TAPETE VOADOR DA COLINA

A gestão do presidente Manuel Joaquim Lopes, que renunciou. no inicio de 1966, por sentir-se afrontado pelo Conselho Deliberativo, foi marcada pelo titulo do I Tornei Internacional do IV Centenário do Rio de Janeiro, no futebol, e a maior crise do departamento de basqeutebol: a demissão do treinador Zé Carlos.
O rolo começou a rolar após uma derrota, para o Fluminense, pela Copa Gerdal Boscoli-1964. O ambiente entre Zé Carlos e o grupo era tenso, porque este tinha um gênio explosivo. Pintado o revés ante os tricolores, o técnico acusou os atletas  Barone, Gato, Gabiru, Paulista e Oto de terem ido ao vice-presidente Alberto Rodrigues e colocado no balcão o manjadíssimo “ou ele, ou nós”, mesmo tendo havido, na véspera, uma reunião, com a presença da cúpula cruzmaltina, quando fora solicitado franqueza sobre reclamações, e nada ouvido.
Zé Carlos, treinador vencedor no basquete e demitido
Zé Carlos contava ter sido convocado à casa de Alberto Rodrigues, para ser informado da postura dos atletas, e revelado que o dirigente discordara da fuxicaria, bem como do seu temperamento. E saiu atirando. “Acho que ele não teve a coragem de necessária para resolver o problema, como aconteceu em 1963, quando o Vasco dispensou cinco jogadores que tentaram criar os mesmos problemas, e foi campeão da cidade, colocando o respeito e a ordem acima do interesse de indisciplinados”. Acrescentando terem os seus “derrubadores” alegado “que eu treinava a equipe erradamente e não estava no alto nível da categoria deles”. E alegou: “Só os títulos bastariam como resposta”, aludindo às conquistas da Pequena Taça do Mundo-1964, na Venezuela; do Campeonato Carioca-1963 e do vice de 1964.   
DOIS TEMPOS -  Antes de Zé Carlos chegar à São Januário, o Vasco só ganhara um título no basquete adulto masculino carioca, o de 1946. O de 1963 tivera relevância, por ter sido levantado diante do grande rival, o Flamengo, maior papão da modalidade, com uma equipe apresentando média de idade em torno de 22/23 anos.
 Zé Carlos começara o trabalho de renovação do basquete cruzmaltino, em julho de 1963, três meses antes da disputa, e investiu nos atletas Carneirinho, Leonardo, Paulistas, Cianela, Douglas, Barone, Válter, Chico, Zezé, Aílton, Lulu e Jorge. Seria um projeto de longo prazo, para começar a dar resultados a partir de 1964. Só que um turno de classificação foi suficiente para a armação da equipe.
Campeão da Zona Suburbana, o Vasco classificou-se para os dois turnos finais, com estes resultados: 59 x 50 e 71 x 39 Sampaio; 69 x 33 e 57 x 34 São Cristóvão; 96 x 50 e 56 x 54 Riachuelo; 94 x 80 e 60 x 51 Mackenzie; 132 x 20 e 120 x 36 Valim. Na fase seguinte, os placares foram: 65 x 58 e 65 x 46 Fluminense; 76 x 60 e 69 x 57 Botafogo; 51 x 37 e  87 x 63 Mackenzie; 62 x 60 e 83 x 61 AABB; 86 x 67 e 68 x 44 Florença; 80 x 43 e 74 x 27 América; 90 x 52 e 74 x 33 Bangu; 62 x 55 e 67 x 44 Tijuca; 68 x 66 e 62 x 78 Flamengo. Na melhor de três, contra os rubro-negros, o Vasco venceu duas, por  79 x 70 e por 73 x 60 – título indiscutível.
Nada disso serviu para o ex-vendedor de pimentões Manuel Joaquim Lopes lhe dar créditos a Zé Carlos. quando nada, este deixou uma base armada para o Vasco conquistar seu título mais importante do basquete carioca, o "Centenial-1965", como veremos em uma outra matéria.
Zé Carlos é o segundo à esquerda, em pé,com o grupo campeão carioca incontestável em 1963

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