Vasco

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

FERAS DAS COLINA - MÁRIO , O DRIBLADOR

       Em um certo dia dos inícios da década-1940, pintou lá pela Colina um molequinho que fazia o diabo com a “maricota”. Mandava dizer ter sangue de gente de circo. Tinha tanta intimidade com a pelota, que que foi aceito, sem muita conversa,  no time de amadores da Rua General Almério de Moura. Em 1944, já fazia parte da máquina que o treinador uruguaio Ondino Viera, montava para entra nos trilhos como o “Expresso da Vitória”.
 Mario de Paula Lopes Júnior era o nome da ferinha. Carioca,  nascido em 15 de novembro de 1926, driblava até a sua sombra. Aliás, por driblar tanto, criaram várias lendas em cima daquilo. Diziam que passava por toda a defesa, driblava o goleiro, chegava à linha fatal e voltava para driblar mais um. Fantástico!
Mário era bom de fintas e de firulas, mas inimigo das redes. O bastante para criarem mais lendas. Como poderia driblar todo mundo e não fazer o gol? Simplesmente, praga de uma menina que ele desencaminhara e abandonara, contavam. E explicavam: quando via a rede, a moça aparecia-lhe pela frente, fechando todo o espaço da trave. Não deixava brechas para a bola passar. Outros diziam que seria um pedido de sua mãe, para a mãe do goleiro não mais xingada do que a mãe do juiz.
Enfim, Mário poucos encaçapava  e driblava tanto, que pagou caro por aquilo. Irritado com tantos dribles, o treinador vascaíno Flávio Costa passou a tê-lo como um irresponsável e o mandou embora. O riscou do seus planos para a Copa do Mundo de 1950, chamando, para a ponta-esquerda, o seu concorrentes Chico, que marcou o “gol 300” dos Mundiais, enquanto ele virava o Mariozinho do Bangu.
Quando o Vasco conquistou o tetra do Torneio Municipal, o também chamado Campeonato Metropolitano, por reunir só times da cidade do Rio de Janeiro,  Mario entrou como titular de uma formação recheada por reservas na última partida –  Castro, Laerte e Wilson; Rômulo, Moacir e Aedo; Ferrinho, Dimas, Heitor Pacheco, Eugen e Mário foi a formação dos 4 x 2 sobe o Madureira. Mas a temporada da conquista do título carioca de 1949 lhe estava reservada para viver o seu grande momento como vascaíno. Disputou o mesmo número de jogos de Chico, que fora o titular absoluto nas temporadas anteriores. No entanto, enquanto concorrente marcara seis gols, só dois saíam dos seus chutes.
Nestor, Maneca, Ademir Menezes, Ipojucan e Mário
Em 1950, antes de ser mandado embora, por Flávio Costa, o atacante que os antigos cronistas esportivos elegeram como “maior driblador de todos os tempos da história do futebol brasileiro” ainda disputou seis jogos vascaínos pelo Torneio Rio-São Paulo. Mesmo tendo comparecido pouquíssimo ao filó, Mário deixou o seu nome escrito nestas grandes campanhas do “Almirante”:



1 – 03.07.1949 – Vasco 11 x 0 São Cristóvão. Mário formou o ataque com os goleadores Nestor (1), Ipojucan (1) Maneca (4), Heleno de Freitas (2) e Ademir Manezes (3), e contribuiu muitíssimo para o placar desmoralizante.
2 - 14.08.1949 -  Vasco 8 x 2 América. Uma semana antes do aniversário-49 do “Almirante”, Mário antecipou o seu presente, mandando uma bola na rede –  Ademir Menezes (3), Ipojucan (3), Mário e Maneca e Dimas completaram os serviço.
3 - 21.08.1949 – Vasco 5 x 2 Flamengo. O adversário colocou dois gols de frente, mas o Vasco virou o placar, com Mário aprontando, pela esquerda – Maneca (2), Nestor, Ipojucan e Danilo bateram na rede. No aniversário vascaíno, Mário trabalhou muito para não receber “presente de grego” na Colina
4 - 02.10.1949 – Vasco 8 x 1 Bonsucesso. Mário encerrou a sua contribuição de bolas no filó nesse jogo –  Heleno de Freitas (2), Danilo (2), Ademir Menezes (2) e Maneca completaram a balaiada.


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