Vasco

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sábado, 11 de abril de 2015

TOSTÃO NA ROTA DO "ALMIRANTE - 4

  Em março de 1973, Tostão viajou aos Estados Unidos, para novos exames no seu olho esquerdo. Em 3 de abril, o médico Abdala Moura submeteu-lhe a uma segunda cirurgia. Só em três meses poderia dizer-lhe se poderia voltar ao futebol. Intimamente, Tostão decidira que, entre continuar nos gramados e salvar a sua vista esquerda, ficaria com a segunda opção.
 Tostão tinha a certeza de que Roberto Abdalla Moura lhe apresentaria a mesma opinião de Geraldo Queiroga, em BH: poderia continuar jogando, mas não deveria. A menos que quisesse se arriscar. O laudo médico do Hospital Metodistas de Houston era fatal: “O jogador Eduardo Gonçalves de Andrade, Tostão, após ter sido submetido  a diversos exames oftalmológicos, em Belo Horizonte, com o doutor Geraldo Queiroga, e em Houston, com a nossa equipe, apresenta-se em condições satisfatórias, demonstrando boa recuperação às diversas cirurgias a que foi submetido. Entretanto, devido  à gravidade dos processos que lhe acometeram o órgão visual, foi-lhe informado, por seus oftalmologistas, em Belo Horizonte e em Houston, de que a continuidade do exercício profissional aumentará os riscos de preservação da visão do olho atingido”. Enfim, agora tinha-se riscos que antes não se tinham.     
 Era maio de 1973, quando o futebol de Tostão deveria ficar só nos filmes e na memória do torcedor. O descolamento da retina havia se agravado. Nem uma pelada deveria jogar mais. No meio daquela tragédia, para o Vasco da Gama, que investira tanto na sua contratação do atleta, uma de pior proporção acontecia: de foram misteriosa, o vice-presidente Amadeu Serqueira saía desta vida. Aborrecimento? Desencanto? Sem ele, teria sido muito mais difícil para Tostão ter sido um vascaíno.
De sua parte, o craque que encerrava a carreira, garantia, que antes de assinar contrato com o Vasco, exigira que o clube designasse um especialista brasileiro para examiná-lo. Não queria que os dirigentes assumissem um ônus tão grande, sem saber se ele estava, realmente, com o olho esquerdo recuperado. Garantiu, também, que o exame fora feito, e que o desejo vascaíno de contratá-lo era tão grande, que o fariam ainda que ele não fosse examinado.
 Tostão citou, ainda, que os dirigentes do Vasco foram a Belo Horizonte buscá-lo, sabendo que havia um outro clube interessado em seu futebol. Por isso, sentia-se limpo na jogada. Que terminou na Justiça.        

 

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