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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A PULICIDADE NAS REVISTAS ESPORTIVAS BRASILEIRAS - CURSOS (13)

   “Bom de bola , bom na escola”. Slogan que chegou, agradou e ficou no futebol,  principalmente como incentivo à meninada que começava a jogar nos times das bases dos clubes. Hoje, vários deles mantêm escolas, como o Vasco da Gama, de onde já saiu jogador que foi aprovado até em vestibular para medicina.  
 Evidentemente, seria impossível aprender futebol por correspondência. No entanto, muitos cursos profissionalizantes usaram muito a Revista do Esporte para se divulgarem. O mais fiel desses anunciantes foi o Instituto Universal Brasileiro usando até duas páginas, as vezes. Vendia cursos profissionalizantes à distância, como de desenho artístico; publicitário; arquitetônico; mecânico; contabilidade prática; corte e costura; bordado; secretariado; auxiliar de escritório, língua portuguesas e inglesa; madureza ginasial; técnico em rádio, TV, transistores e eletrônicos.
Com a garantia de que os seus cursos eram aprovados pelo Departamento de Ensino Profissional (não informava se o aprovador era órgão do Ministério da Educação, ou da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a sua sede), a casa oferecia, gratuitamente, os apetrechos necessários ao desenvolvimento dos cursos e exibia fotos de ex-alunos já atuantes no mercado de trabalho. E um desenho ilustrativo de um  casal de formandos, rigorosamente trajado e chapelado. O leitor tinha um cupom à disposição para matricular-se. As vezes até por mais de um anúncio na revistas, sendo um deles de apenas uma página.
 Na mesma linha do Instituto Universal Brasileiro estava o também paulistas Dom Bosco – Escola Reunidas, anunciando-se pelo mesmo estilo e oferecendo maior números de cursos. Também, usava maior números de desenhos ilustrativos de profissões e muitas mensagens: “Envie o cupom, se você deseja progredir e ganhar mais, qualquer seja a sua idade ou sexo”, era uma delas. A outra vinha mais extensa: “Triunfe! Conquista prestígio pessoal e ganhe muito dinheiro aproveitando apenas suas horas de folga para melhora sua cultura e posição. Pelo mundialmente famoso método de ensino por correspondência ‘Professor em Casa’, exclusivo...faça em pouco tempo um destes maravilhosos cursos”, citando-os.
Um outro anunciante do setor era a Escola Mundial, igualmente paulistas e oferecendo 22 cursos numerados no cupom de pedidos. Seus anúncios e mensagens eram do mesmo estilo dos dois anteriores, mas ganhando deles no quesito ilustração, um formando acima do prédio da instituição. Informando ter sido fundado em 1938, a casam que afirmava representar “a melhor escola da América do Sul”,  convidava o interessado a visita-la, e “o coração da cidade que mais cresce no mundo”.
Acima dos cupons de pedidos numerados de informações sobre cursos, enviados gratuitamente, o de número 23 referia-se à Revista do Esporte. Mas não explicava se seria um curso de jornalismo, sobre como era feita a semanária, ou um envio grátis de uma edição.  
   De sua parte, Ensino Técnico Paulista, mais um do segmento, anunciando só quatro cursos – prático perfumista, relojoeiro técnico, desenho, artístico, publicitário e histórias em quadrinhos –, quando oferecia fotografar e revelar, em preto e branco e a cores, fazia questão de ressaltar que era inédito no Brasil. Certamente, o colorido, pois o chamado PB já era dominado no pais desde o tempo do imperador Don Pedro II. Ficou bem colocada na peça publicitária a foto de um jogo Botafogo x Flamengo, já que o veículo divulgados do curso fotográfico era uma revista esportiva, onde  o Cinótica -Centro Cine-Ótico-Fotográfico de São Paulo aproveitava para avisar que vendia tudo do ramo. Por aí se inseria, também Produtos Elétricos Wikason, avisando aos radio técnicos que produzia a maior linha de transformadores da América Latina e só a sua fábrica garantia, para alta fidelidade, a montagem de radio e de TV.
 Com menos opções, o Curso Carioca oferecia ginasial e científico (atual segundo grau), em apenas um ano, podendo-se escolher o horário, diurno ou noturnos, ao vivo, pelo Artigo 99, garantindo: “Seu futuro em nossas mãos”.
 Propaganda de cursos militares também pintavam na RE. “Jovens brasileiros de 16 aos 23 anos, eis o que lhes oferece a Força Aérea (Brasileira)” era um deles, acenando com “uma carreira rápida e brilhante, com futuro garantido” (na Aeronáutica). À disposição do interessado havia vários cursos, entre eles de mecânico de avião e de armamento; manutenção e reparos de motor, instrumentos de avião; rádio telegrafista de voo; manutenção e reparos de aparelhos de rádio; chapas de metal; máquinas e ferramentas; pintura e indutagem e escrevente.  Tudo isso garantindo estudo gratuito na Escola Federal, incluindo alojamento, alimentação , fardamento, assistência médica  e dentária, material escolar e uma ajuda financeira mensal, além da isenção ao serviço militar obrigatório. Inscrição por cupons, enviados para São Paulo.
 Por recado em espaço menor, bem simples, o Instituto Preparatório Cultural tinha curso para sargento, sem explicar de que arma – Exército, Marinha, Aeronáutica ou Polícia Militar. Em 10 meses, sugeria o seu ensino ginasial, além de um correspondente de língua portuguesas, este em oito meses.  Para conhece-los, bastava solicitar, pelo cupom publicado,  o folheto “A Chave do Progresso”.  Já o Instituto de Investigações Científica e Criminais anunciava o seu curso (também por correspondência) para detetives de ambos os sexos e qualquer idade, ministrado pelos “mais modernos métodos”.
Assim sendo, pelo que os anunciantes de ensino ofereciam, porquê não aprender a fazer mágicas, também? Para isso havia a EBAC-Escola Brasileira de Arte e Cultura prometendo tirar o coelho da cartola para o seu aluno por ilusionismo e prestiditação, o caminho par ele ganhar “dinheiro e prestígio aprendendo em sua própria casa” – oferecia, também, o curso ginasial em casa, além de plissê (pregas em roupas), corte e costura, desenho artístico e publicitário.
E, depois de tanto estudar, nada mal ler sobre um tabu que vinha de há muito no país: livros sobre sexo, “sucessos literários”, como garantia a Editora Escriba, que já deixav o se cupom à disposição do leitor das RE.        

 
    

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