Vasco

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domingo, 6 de março de 2016

FUT & SPORTS - PLACAR ELETRÔNICO-1

Antes de o futebol brasileiro conviver com os  placares eletrônicos, as informações sobre as partidas eram contadas por placas de madeiras. Nos estadinhos menores, onde garotos ganhavam uma graninha atualizando a contagem dos gols, surgiu o bordão radiofônico: “Garoto do placar de... coloque: time tal X, time tal Y”.

Construído para a Copa do Mundo-1950, o Maracanã, - antes Estádio Municipal e, hoje, Estádio Jornalista Mário Filho -, inicialmente, informava o placar montando-o manualmente. Tempos em que só cabia as letras dos nomes dos preliantes, como, por exemplo,  CRF (Flamengo) e CRVG Vasco da Gama). Só a partir de 1979 ganhou um placar eletrônico de tempos modernos. Aliás, três, colocados na parte inferior da arquibancada, um na altura do meio do campo e os outros dois atrás das balizas dos goleiros.

Aquele placar eletrônico do Maraca media cerca de 23 x 2,86 metros, com três áreas distintas. Tinha lâmpadas incandescentes que formavam figuras e animações, coisa de 8 bits, parecido com MSX.  No lado esquerdo, na área de informações, havia 120 x 32 lâmpadas. No centro, o relógio e o cronômetro. No lado direito, o placar do jogo. Cada número possui 4 x 7 lâmpadas, enquanto que o local para o nome dos times possui 60 x 7 lâmpadas Se saísse um gol, bonecos animavam a visão do torcedor, que via, sempre, o goleiro batido e sentado ao chão. Lembrava jogos do Konami's Soccer. Reinaldo Gueldni, que estrava no Flamengo, foi o primeiro visitante eletrônico da máquina, em Fla 4 x 0 América, pelo Campeonato Especial Carioca, em 11 de janeiro de 1979. Hoje, aquele placar não existe mais. Numa reforma feita entre 2005/2006, foi trocado por um modelo com imagens coloridas, de LCD - o estádio ganhou, também, telões na cobertura.

 O Maracanã, que ficou famoso como o maior estádio do mundo, a partir da década-1950 - e assim viveu, até poucos antes da Copa do Mundo-2014 -, teve três placares eletrônicos, antes de inaugurar um moderninho, em 1979. Um dos antigões foi para onde o Friburguense mandava os seus jogos, em Friburgo-RJ, e o outro para o  Estádio Giulitte Coutinho, do América-RJ, em Mesquita-RJ. O terceiro, pelo o informado, iria para o Estádio Aniceto Moscoso, do Madureira-RJ. Mas o Tricolor Suburbano negou recebimento. Por onde anda?

Reinaldo clicado por Manchete Esportiva em Fla 4 x 0 América

Veio, então,  o domingo do fevereiro de 1979, com o Flamengo enfrentando o América, no Maracanã. Na promoção do jogo, badalou-se a inauguração do novo placar eletrônico da casa, moderníssimo para a época, escrevendo o nome de quem marcou o gol, do público e da renda. Primeiro nome a aparecer no painel: Reinaldo, o ponta-direita rubro-negro, ex-americano – ainda não se falava em Lei do Ex – Cantarelli; ToninhoBaiano, Rondinelli, Manguito e Júnior; Leandro, Adílio e Zico; Reinaldo, Cláudio Adão (Luisinho) e Júlio César “Uri Geller” foi o time escalado pelo treinador.... para esta partida apitada por  Luís Carlos Félix Ferreira.

 A galera flamenguista, maioria dentro dos 45.021 pagantes, esperava ver o seu grande ídolo, Zico, inaugurando o placar – ele marcou dois, aos 80 e aos 82 minutos, depois de Adílio ter deixado o dele, aos 73 -, mas a glória ficou mesmo foi para Reinaldo, aos 28 minutos. Ele havia se destacado pelo América, nos 52 jogos disputados pelo Diabo Rubro (apelido dos americanos), entre 1976 e 1978, mas era de fazer poucos gols: só cinco naquele período. No Flamengo, em 27 contendas, marcou só aquele tento. Mas o bastante para ficar na história do clube, pelo qual foi Campeão do Estadual-RJ e do Especial, ambos de 1979, e do Brasileiro-1980.

 De 1980 a 1989, quando encerrou a carreira, Reinaldo ciganou pelo futebol mexicano, vestindo as camisas de Leones Negros, Monterrey e Tampico Madero. Em 2001, iniciou vida de treinador, pelo CFZ, do amigo Zico. Em 2002, veio comandar uma filial daquele time no Campeonato Candango e ficou campeão. E tornou-se cidadão do futebol candango, já tendo treinado mais: Ceilândia, Legião, Brasiliense, Gama e Sobradinho.  Só saiu, em 2010, para comandar o time do Atlético Goianiense. Nascido na paulista São Vicente, em 5 de janeiro de 1954, no futebol brasiliense ele é chamado por Gueldini.







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