Vasco

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domingo, 6 de novembro de 2016

DOMINGO É DIA DE MULHER BONITA - AS ESPIÃS QUE SABIAM DEMAIS - 9

 Em 1938, Virginia Hall, filha de família rica de Baltimore, foi recusada pelo serviço público dos Estados Unidos, porque o Departamento de Estado não aceitava pessoas com algum membro amputado – ela não tinha a perna esquerda. Virginia, no entanto, não desistiu. Em 1940, tentou trabalhar no atendimento por ambulâncias. Fluente em francês, terminou contratada pelo setor de operações especiais e enviada para a França ocupada pelos alemães. Em Lyon, organizou movimentos de resistência e chamou a atenção de do temível nazista Klaus Barbie, que passou a procura-la até por cartazes com fotos apregadas em postes e paredes. Virginia escapou fugindo para a Espanha.
  Livre dos alemães, Virginia Hall chegou à Inglaterra e foi aceita pela turma de Donovan, que mandou-a de volta à França, lançando-a de pára-quedas no sul do país. Ali, disfarçada de camponesa, juntou-se às forças de resistência e ajudou a destruir pontes e descarrilar trens de carga. Tudo isso com apenas uma perna e uma prótese na outra.
 Virginia Hall, apelidada “Cuthbert”, pela falta de um membro inferior, após a II Guerra Mundial voltou pra casa e viveu por 78 anos.  Foi condecorada com a medalha  da Ordem do Império Britânico, por bravura, e jamais discutiu, nem mesmo com a família, a sua vida na espionagem.   
INQUIETANTE – Uma outra mulher recrutada por William Donovan e que tornou-se grande espiã foi Amy Thorpe Pack. Nascida nos Estados Unidos e casada com um diplomata britânico, era uma linda mulher que gostava de viver grandes emoções, ainda que as aventuras fossem perigosas. Por entediar-se com o marasmo na carreira do marido, aprendeu a atirar com pistolas e entrou em contato com o serviço secreto britânico, em 1937.
Quando passou a trabalhar com a turma de Donovan, recebeu a missão de infiltrar-se na embaixada de Vichy, em Washington, e levantar informações sobre a república francesa no norte da África e que os Estados Unidos planejavam invadir. Disfarçada de jornalista, ela seduziu um diplomata e foi nota 10 em sua pauta. A sua nudez driblou  até o vigia do prédio, certo de que ela estava ali só para transar. E, enquanto ela e o diplomata se entregavam ao sexo, os seus parceiros de missão fotografaram os documentos que permitiram aos Estados Unidos, meses depois, invadirem o norte da África e dominar as forças de segurança de Vichy em menos de uma hora.    
EXPLOSIVA – O presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt  reservou para um advogado republicano que o ajudava a desenvolver ações políticas um importante papel em suas ações de inteligência, em 1940, quando a Alemanha já tinha pronto um plano para invadir a Inglaterra. William Donovan era o nome do homem, que fora herói durante a I Guerra Mundial.
 Durante visita de Donovan aos ingleses, Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill costuraram um acordo que tornou Estados Unidos e Grã-Bretanha aliados militares e na inteligência, sobrando para o enviado de Washington o título de Coordenador de Informações, o que desagradou as agências militares norte-americanas e o FBI.
Diante de rusgas rolando, Roosevelt passou dois anos enrolando a inteligência do FBI, até torna-la responsável por espiar a América Latina, e manteve os “milicos”  com as mesmas funções. E aplicou-lhe um golpe, criando, para Donovan comandar,  a Organização de Serviços Estratégicos (OSS). Entre os milhares de recrutados para a nova organização estava Julia Child, enviada para atuar na China, a fim de ajudar submarinos norte-americanos a sabotar navios inimigos. Como a área era repleta de tubarões e estes muito curiosos, terminavam explodindo o que não deveriam.
 Diante de um problema insolúvel, Júlia experimentou várias misturas, cozinhando-as com repelentes a tubarões. Uma deu certo e ela marcou a sua passagem pela OAS ficando com o apelido de “Chef Francesa”, sem nunca  antes ter sido estrela no fogão e nem em receitas culinárias.

 

       

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