Vasco

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quarta-feira, 21 de junho de 2017

FLASCAÍNOS E VASMENGUISTAS-3

No próximo dia 7 de julho, a rivalidade Vasco x Flamengo chegará à sua 100ª temporada. Grande história rolou de lá para cá, entre os dois maiores rivais, o que será lembrado por matéria aqui no "Kike". De lá para cá, muitos atletas foram rubro-negros e cruzmaltinos. Vamos conferir mais dois:
 
RUBENS  – Ele era de um virtuosismo tremendo. A torcida rubro-negra o chamava de “Doutor Rubis” e aceitava até os seus defeitos. Menos o treinador paraguaio Fleitas Solich, que não admitia vê-lo prendendo a bola, finando tanto. Para ele, quebrava a velocidade, o dinamismo do seu ataque. E, o que era show para galera, virava indisciplina tática para o chefe. Resultado: Rubens, no auge do seu belo futebol, foi barrado. Pior: o Flamengo o expulsou da Gávea, mandando-o para o pernambucano Santa Cruz. Pior ainda: Rubens não emplacou em um futebol que não passava de quinta, ou sexta força do país.  
 Resgatado pelo Vasco da Gama, para a vitrine do futebol brasileiro, o meia paulistano Rubens José da Costa – viveu entre 24 de novembro de 1928 a 31 de maio de 1991 – ganhou a chance de provar que não era um imprestável. Veio a noite do sábado.... de 1957 e o Maracanã recebia.... almas. Lá pelo meio da pugna, contra o Flamengo, o maior rival dos vascaínos cometeu um pênalti. Rubens pegou a bola, a colocou na marca fatal, mirou o endereço para onde a enviaria e bateu com tanta força na probrezinha, que “arrombou a rede”, como se falava.
Rubens é o segundo agachado, da esquerda para
a direita, nesta foto reproduzida de www.netvasco.com.br
Aquele gol fora uma vingança de Rubens contra o clube que  o considerara ferro velho, a torcida que o esquecera. Os rubro-negros empataram, mas o placar fora o de menos para o “Dr Rubis”. O que lhe importava era ter mostrado que ainda tinha a receita para um bom futebol.
Cria do Ypiranga-SP (1943 a 1950) e após passar pela Portuguesa de Desportos (1950), Rubens tornou-se flamenguistas, em 1951, e o foi até 1957, por 173 jogos, marcando 84 gols. Como vascaíno, ficou só pelas temporadas 1957/1958, nesta última sendo ser super-super campeão carioca, exatamente, diante do Flamengo. Um pouco antes, ele fora o autor do gol que dera a vitória aos rubro-negros, contra os cruzmaltinos, acabando com um tabu, de quase sete anos sem vitórias do pessoal da Gávea sobre a “Turma da Colina”.   

NEI OLIVEIRA – O Vasco foi busca-lo no Parque São Jorge, em 1967, e ele chegou a São Januário como “o cara”. Bem que a torcida esperava que fosse, pois canecos não pintavam nas prateleiras vascaínas desde a conquista da I Taça Guanabara-1965. Pena que Nei não rendeu o esperado, embora tivesse feito muitas boas partidas. Terminou com a galera pegando no seu pé, ele entrando em lista de indesejáveis e sendo negociado, com o Flamengo, pelo final de 1969.
 Ao chegar à Gávea, Nei declarou que o seu maior sonho era defender “um clube de tradição com uma torcida entusiástica, como a do Flamengo”. Prometeu provar que o seu futebol continuava bom, como nos tempos corintianos, quando chegou a companheiro de Pelé no ataque da Seleção Brasileira, e afirmou, ainda, que tornar-se rubro-negro daria um novo alento à sua alma. “O orgulho de vestir a camisa do Flamengo é tão grande, que chego a ficar arrepiado só em pensar nisso”, afirmou à Revista do Esporte – Nº 554, de 18.10.1969 –, chamando a torcida do novo clube de “uma brasa”.
Nei é o terceiro agachado, da esquerda par a direita, nesta foto
reproduzida de www.flamengonet.com.br
 
Nei, que na certidão de nascimento tinha o “y” em lugar do “i” que os redatores preferiam, dizia não saber os motivos do seu banimento de São Januário e ter tomado conhecimento disso pela imprensa. “Dizem que o Paulinho (de Almeida, treinador vascaíno, em 1968) me acusou de indisciplina. Pura mentira. Sempre segui à risca todas as instruções que recebo”, defendeu-se, espalhando farpas: “Encontrei, na Gávea, o ambiente que esperava e um grande técnico (Jouber Meira?) que não sacrifica muito os jogadores”.
  O choro de Nei acrescentava dizer-se muito sacrificado dentro do esquema tático vascaíno, ficando na frente brigando com  dois a três marcadores e só recebendo ajuda quando a defesa do adversário já estava fechada. “...por isso o ataque do Vasco custava marcar gols”, justificou, alfinetando mais o ex-time: “No Flamengo...temos sempre um companheiro do lado para dar sequência às jogadas. O meio-de-campo joga apoiando mais o ataque e, com isso, as minhas chances de ser, novamente, artilheiro, voltaram”.  Mas não voltaram muito, não. Em 86 jogos flamenguistas, só marcou 25 tentos e só ficou campeão da Taça Guanabara-1970. No ano seguinte, não interessava mais. Foi negociado com o Botafogo.

  Ney de Oliveira, nos documentos, era considerado pelo presidente corintiano Wadih Helou “melhor do que Pelé”. Exagero!  Mesmo assim, para a torcida do  “Timão”, ele era um fenômeno, sobretudo por conta de antever as reações dos marcadores e balançar a rede.
 Realmente, Nei foi um grande atacante. Tanto que só defendeu grandes clubes e a Seleção Brasileira (11 jogos, sem gols). Ele estreou vascaíno no sábado 4 de março, marcando os dois gols da vitória amistosa sobre o uruguaio Peñarol, por 2 x 1 no Maracanã – Edson Borracha; Jorge Luís, Brito, Ananias e Oldair; Maranhão e Danilo Menezes; Nado, Nei, Bianchini e Moraes foi o time, escalado pelo técnico Zizinho (Thomaz Soares da Silva). 
Nei é o primeiro agachado, da esquerda para a direita, nesta  foto
 reproduzida da Revisa do Esporte.

No mesmo ano de sua chegada à Colina e no seguinte, Nei foi eleito o melhor jogador vascaíno. Mas não ganhou títulos. Por sinal, o único de sua carreira foi dividido com Vasco (além de Botafogo e Santos), quando era corintiano e valendo pelo Torneio Rio-São Paulo-1966, não decidido pelos quatro, por falta de datas, devido a necessidade de começar logo os treinamentos dos 45 convocados pela Confederação Brasileira de Desportos, visando a Copa do Mundo da Inglaterra.
Nascido em 6 de julho de 1994, na paulista Sorocaba, Nei iniciou a carreira pelos times infantis do Corinthians, em 1959.  

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