Vasco

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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

CLUBE DOS ESQUECIDOS - MARTIM

Durante as semanas que antecederam ao início do Campeonato Carioca-1961, o Vasco da Gama vivia dias de entusiasmo. Graças às mexidas do vice-presidente João Silva, do setor de Interesses Profissionais. Ele convidou Adriano Rodrigues, para diretor de futebol, e o treinador Martim Francisco, substituindo ao argentino Abel Picabéa. Rapidamente, o grupo ganhou alma nova e passou a ser apontado como um dos sérios candidatos ao título da temporada.
  Martim Francisco era considerado um dos melhores treinadores do planeta e rescindira contrato com o espanhol Atletic Bilbao, "não só por causa do convite vascaíno, mas para não prejudicar o futuro do meu filho (Martinzinho)". Era a hora de voltar ao Brasil, garantia.
É por aqui, rapaziada!
 O Vasco, que havia negociado (com o Boca Juniors-ARG) o  passe de um dos maiores ídolos de sua torcida, o campeão mundial Orlando Peçanha, tinha Russo e Brito brigando pela vaga. Martim gostou daquilo. Ajudava às suas perspectivas de sucessos, iniciadas logo em sua estreia, no início de fevereiro, nos 2 x 2 Real Madrid, amistoso, no Maracanã, com adversário considerado o melhor do mundo.
Naquele prélio, Martim, que chegara 48 horas antes à Colina, lançou o meia Lorico, descoberto na Portuguesa Santista-SP, e ficou tão entusiasmado com a atuação do rapaz, que previu vê-lo ídolo da torcida, rapidamente.
Para reforçar o seu trabalho, conseguiu recuperar o centroavante Pacoti, que vinha sendo desprezado pelos seus antecessores, e avisou aos dirigentes e jogadores:
– Preciso de  um bom departamento médico e de atletas com muita saúde e boas preparação físico-atlético, físico-técnico, físico-tático e psicológica. Além de todos vocês entenderem a minha teoria.
Além de Lorico, Martim recebeu o reforço de um ponteiro revelação, Da Silva. De sua parte, o médico Valdir Luz prometia entregar-lhe, sem demora, os contundidos, entre eles o meia Roberto Pinto, remanescente do grupo campeão-1958.  
ESQUEMA TÁTICO - Para colocar faixas no Vasco-1956, Martim Francisco bolou um esquema diferente para os períodos de concentração. Na antevéspera de jogos, a moçada apresentava-se às 8h30, para o treino diário, de uma hora. Após duas de prática, uma rápida revisão médica e almoço, programado para o meio-dia.
Rango devorado, Martim levava a rapaziada para um passeio pelas proximidades do estádio da Colina, a fim de ativar a digestão. Isso rolava entre re 13h e 13h30. Em seguida, uma grande novidade: visita a familiares dos jogadores, com duração de quatro horas e obedecendo a um rodízio.
Por volta das 18h, todos estavam de volta a São Januário, para o jantar, às 19h. A seguir, um novo passeio pelas beiradas de São Januário. Das 20h30 às 22h era permitido aos concentrados jogarem sinuca, ping-pong, xadrez, dominó, ou assistir TV, ouvir rádio ou ficar lendo – deu certo e rolou caneco.
    FOTO REPRODUZIDA DE MANCHETE ESPORTIVA

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