Vasco

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

OS ARQUEIROS DA COLINA - 9 - HÉLIO

O jornalista Paulo Rodrigues, irmão de Nélson Rodrigues, escreveu na “Manchete Esportiva” que o “retrato do craque é o que o público exige nos jornais e revistas”. Verdade, embora nem todo atleta possa ser chamado de craque. Estes, só mesmo os excepcionais.
Hélio Godói, um paulista, de Sorocaba, nascido em 8 de abril de 1929, não foi o melhor goleiro que já passou por São Januário, mas caiu no gosto da torcida cruzmaltina, com boas atuações na década-1950. Por sinal, quando Vasco e Flamengo pararam o Campeonato Carioca-1955, para formarem um combinado e encarar uma equipe idêntica dos argentinos Racing/Independiente, ele foi o "keeper". E teve a melhor nota da partida, 9, igualado ao lateral-direito Paulinho de Almeida e ao ponta-esquerda Parodi, colegas vascaíno, além dos rubro-negros Joel Martins e Paulinho.
Vas/Fla 3 x 1 RacInd foi o placarda pugna, com gols de Paulinho, Dida e Parodi e time sendo carioca sendo: Hélio, Paulinho e Pavão; Jadir, Dequnha e Jordan; Joel, Paulinho (Ademir Menezes) , Dida (Vavá), Pinga e Parodi
 Nascido no interior paulista, Hélio pensava como o carioca, quando o tema era o biquini que as meninas usavam espantavam os coservadores. Avançado em termos de moda, avisava às fãs que era avesso ao altar, preferindo que o destino cuidasse disso. E mandava um recado às pretendentes: fãs que palitavam dentes e se coçavam em público não teriam nenhuma chance com ele.
Hélio reproduzido da revista "Manchete Esportiva"
 Moda da década-1950, as novelas que levavam as mulheres às lágrimas não paravam Hélio ao pé do rádio. Capaz de lhe tirar água dos olhos só ver um colega goleiro engolindo um frango. Emotivo, sofria com o adversário que passava por isso.
Revelado pelo São Cristóvão, Hélio teve batismo de fogo com a jaqueta vascaína: estreou em um clássico do Campeonato Carioca, diante do maior rival vascaíno, o Flamengo.
De acordo com a revista carioca “Esporte Ilustrado” – Nº 917, de 03.11.1955 –, ele merecia mesmo ser testado em jogo tão importante, pois vinha demonstrando, durante os treinos, “cabais provas de eficiência na meta cruzmaltina”.
 Chamado pela semanária de “o novo goleiro do clube da Cruz de Malta”, Hélio contou e a reportagem reproduziu assim a sua narração da maior defesa de sua vida: “...a vanguarda rubro-negra efetuou uma carga de extremo perigo. Joel (Martins, futuro campeão mundial-1958) avançou, pela direita, e centrou (a bola), pelo alto, na direção de Evaristo (de Macedo), que a cabeceou, fortemente, procurando coloca-la no canto direito...Por um instante,  pareceu iminente a queda da  cidadela do Vasco, mas Hélio, efetuando um mergulho sensacional, conseguiu encaixar o balão, evitando, milagrosamente, a consumação do gol”. 
Na ocasião, disputava-se a oitava rodada do primeiro turno do Estadual e rolou Vasco 3 x 0 Flamengo, no Maracanã, apitado por Henry Davis, com o “rendaço” de Cr$ 1 milhão, 810 mil, 217 cruzeiros. Maneca, Sabará e Parodi marcaram os gols vascaíno e o teinador Flávio Costa alinhou: Hélio, Paulinho e Haroldo; Laerte, Orlando e Beto; Sabará, Valter, Vavá, Maneca e Parodi. O  Flamengo, comandado pelo paraguaio Fleitas Solich, seria tricampeão carioca naquela temprada e o seu time tinha Pavão, Jadir, Dequinha, Joel Martins, Rubens, Paulinho, Evaristo e Zagalo, todos, um dia, jogadores de Seleção Brasileira.
Até a sétima rodada, os goleiros Victor Gonzalez e Ernâni revezavam-se com a camisa 1 vascaína. Depois da grande atuação contra os rubro-negros, Hélio segurou a vaga pelo restante do primeiro turno e por todo o segundo. Só saiu do time nas duas últimas partidas do trceiro turno, substituído por Ernâni.  
 A parir de 1956, Hélio passou a ser reserva, respectivamente, de Carlos Alberto Cavalheiro, do veterano Barbosa e de Miguel. Foi vascaíno até 1959.







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