Vasco

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segunda-feira, 5 de março de 2018

OS ARQUEIROS DAS COLINA - ANDRADA-1

 A melhor revista esportiva já surgida no Brasil -  “Placar” -  da Editora Abril, já elegeu umas três seleções dos melhores Vasco, com o goleiro Moacir Barbosa sendo o camisa 1 de todas elas. Para ter sido melhor do que Andrada, deve ter jogado muito, mas muito mesmo. O argentino Edgardo Norbrto Andrada era um gato. Onde a boal ia, ela chegava nela, com rapidez impressionante. A sua colocação era fantástica. Parecia ter asas quando ia buscar as bolas aéreas. Fazia mágicas para conter o voo da pelota.
Andrada chegou à seleção argentina, a camisa dos grandes goleiros  
Nascido em Rosário, em 2 de janeiro de 1939, Andrada começou o seu ofício de “guarda valas” por um time de sua terra, o Rosário Central, em 1960. 
Três anos depois, já estava na seleção argentina, onde qualquer goleiro que por ali  chegue, tradicionalmente, tem de ser extraordinário, no mínimo. 
Razão pela qual o Vasco foi buscá-lo, em 1969, só o deixando sair em 1975, levando na bagagem o título de campeão brasileiro de 1974 – Andrada; Fidélis, Miguel, Moisés e Alfinete; Alcir e Bougleux; Jorginho Carvoeiro, Ademir, Roberto Dinamite e Luís Carlos Lemos.

QUE PENA! - A torcida cruzmaltina sentiu saudade imensa de Andrada, em 1976, quando ele foi para o Vitória, da Bahia. Em 1977, estava de volta à Argentina, para defender o Colón. Em 1982, parou de atrapalhar os sonhos dos artilheiros.
Mesmo tendo um grande goleiro, Andrada viveu momentos difíceis, em São Januário. Pelos dias que antecederam ao último jogo do Campeonato Carioca-1970, com o Vasco quebrando um tabu de 12 anos sem títulos, ele foi barrado, inexplicavelmente. Surgiu um botado de que estaria vendido. Se o time já era campeão, antecipadamente, porquê subornar alguém para amolecer jogo que não valeria nada? E Andrada não saiu na foto do time campeão. Cedeu a sua vaga a Élcio, o terceiro reserva.
Como nada se comprovou, Andrada voltou ao time vascaíno e viu toda a imprensa se render ao seu talento, elegendo-o melhor goleiro do Brasileirão de 1971, ganhador da “Bola de Prata”, de “Placar”, a maior premiação esportiva do país.

ARQUEIRO DO REI - Em 1969, Andrada dera uma grande demonstração de seriedade, treinando dobrado, para impedir Pelé de marcar, contra o Vasco, o seu milésimo gol,  em 19 de novembro de 1969,  no Maracanã. Aconteceu um pênalti, embora os zagueiros Renê e Fernando jurem não terem tocado no “Camisa 10”. Mas  o árbitro pernambucano Manoel Amaro de Lima viu a falta máxima. Enquanto o “Rei do Futebol” sentia as pernas tremerem, Andrada se colocava, calmamente, no meio do gol, para tentar a defesa. Contra ele, até os 65.157 pagantes, a maioria torcedores cruzmaltinos.
Manoel Amaro apitou, aos 33 minutos do segundo tempo. Pelé correu, bateu na bola e Andrada quase toca nela. Foi certinho em sua direção. Não queria ficar sendo chamado pelos locutores esportivos brasileiros de “Arqueiro do Rei”.
Muitos anos depois, com Andrada e Pelé já aposentados, a TV Globo propôs ao goleiro uma nova chance de defesa daquele pênalti. Os dois toparam. E não foi que Andrada defendeu! Mas, como o lance teria que ir ao ar, em um programa de grande audiência, o juiz teve que mandar repeti-lo, alegando que o antigo goleirão cometera uma ilegalidade. Não tinha jeito. Estava escrito!
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